sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

20 - Livros sobre a Primeira Guerra Mundial

Para os interessados, algumas dicas de livros sobre a Primeira Guerra Mundial:

Em português. A melhor síntese em português das origens da guerra de 1914, dos seus desdobramentos estratégicos e de suas conseqüências continuam sendo as 75 páginas do capítulo 5 do Ascensão e Queda das Grandes Potências de Paul Kennedy (Rio de Janeiro, Editora Campus, 1989). Mais detalhes, sobretudo das operações militares, você encontra na História Ilustrada da Primeira Guerra Mundial de John Keegan (Rio de Janeiro, Ediouro, 2003) e na História da Primeira Guerra Mundial 1914-1918 de Marc Ferro (Lisboa, Edições 70, 1992). Para uma excelente análise sobre os motivos do conflito e o seu debate historiográfico (até a década de 1980) veja As Origens da Primeira Guerra Mundial de Ruth Henig (São Paulo, Ática, 1991). A responsabilidade da Alemanha e da Áustria-Hungria na deflagração da guerra é destacada em O Último Verão Europeu de David Fromkin (Rio de Janeiro, Objetiva, 2005). Um estudo famoso do início da guerra está em Canhões de Agosto de Barbara Tuchman (Rio de Janeiro, Bibliex, 1998). Da mesma autora dois outros livros são bastante úteis: A Torre do Orgulho (Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1990), que traça um painel geral da Belle Époque antes da guerra, e O Telegrama Zimmerman (Rio de Janeiro, José Olympio, 1992), sobre a entrada dos EUA no conflito. A visão marxista sobre as raízes da Grande Guerra, muito difundida no Brasil apesar de suas limitações, está em A Era dos Impérios 1875-1914 de Eric J. Hobsbawm (Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988). Compare essa obra com A Força da Tradição – A Persistência do Antigo Regime de Arno J. Mayer (São Paulo, Companhia das Letras, 1987), que enfatiza o papel da aristocracia e da mentalidade antimoderna no processo que originou a guerra. A diplomacia e os acordos pós-guerra estão em Paz em Paris de Margaret MacMillan (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2004). Um estudo mais resumido da nova ordem internacional pós-1918 está em O Tratado de Versalhes de Ruth Henig (São Paulo, Ática, 1991).

Em inglês. A bibliografia sobre a Primeira Guerra Mundial em inglês é vastíssima e não para de crescer. Uma parte considerável das questões levantadas e dos debates dos estudiosos já pode ser encontrada em português nos títulos citados acima. Esses estudos podem ser complementados ou atualizados pelas seguintes obras: The Dictionary of the First World War de Stephen Pope e Elisabeth-Anne Wheal (Nova York, St. Martin’s Press, 1995) é uma enciclopédia fundamental de vários aspectos do conflito; The Pity of War – Explaining World War I de Niall Ferguson (Nova York, Basic Books, 1999) é uma interpretação polêmica sobre as origens da guerra, questionando a decisão da Grã-Bretanha de enfrentar a Alemanha, o que, em grande medida, fez com que o governo britânico fosse responsável pela expansão do conflito; The Great War 1914-1918 de Spencer C. Tucker (Bloomington, Indiana University Press, 1998) e 1914-1918 – The History of the First World War de David Stevenson (Londres, Penguin, 2005) são duas excelentes sínteses, a de Tucker especialmente voltada para as operações militares, e a de Stevenson para o impacto social, político e econômico da guerra; The First World War – A Complete History de Martin Gilbert (Nova York, Henry Holt and Company, 1994) é uma crônica de 1914-1918 elaborada com mestria; e, por fim, The First World War, Volume I: To Arms de Hew Strachan (Nova York, Oxford University Press, 2001) é o primeiro volume, de três projetados, de um ambicioso e detalhadíssimo estudo da Grande Guerra que promete se transformar na principal referência do assunto por muito tempo. Imprescindível.