O ESTADO ISLÂMICO É
ISLÂMICO SIM
A
primeira coisa que os chamados líderes moderados do maometismo (islamismo) e os
intelectuais, os políticos e a mídia politicamente correta do Ocidente dizem
quando ocorre um atentado terrorista praticado por maometanos (muçulmanos) radicais
é que esses terroristas não são de fato islâmicos, que não seguem o verdadeiro
islamismo, que os seus atos não têm respaldo no Alcorão e que seriam condenados
por Maomé. O Islã, afirmam os muçulmanos "moderados", é uma religião
da paz e tolerância. O terrorismo islâmico é resultado de uma leitura
distorcida do Alcorão, insistem.
Acontece
que existem sim diversos versículos nos capítulos (suras) do Alcorão que
respaldam as ações do Estado Islâmico e de outras organizações revolucionárias praticantes
do jihadismo (luta armada maometana), como a Al-Qaeda e os grupos do movimento
talibã. O Novo Testamento, que contém a essência da doutrina cristã, também é
objeto de controvérsias teológicas e de várias interpretações (basta lembrar a
cisão entre católicos e protestantes e entre os próprios protestantes), mas não
há nessa coleção de livros a defesa da violência como aparece tão
frequentemente no Alcorão. Além disso, o Novo Testamento é considerado pelos
cristãos um livro escrito por homens inspirados por Deus, com trechos que
reproduzem as palavras de Jesus, a encarnação de Deus. Mesmo divinamente inspirados,
esses homens estavam sujeitos a erros ou incompreensão da mensagem original. O Alcorão,
por sua vez, é considerado pelos maometanos (muçulmanos) a reprodução literal das
palavras de Deus transmitidas a Maomé, seu mensageiro, por intermédio do anjo
Gabriel. Ali estão contidas as ordens diretas de Deus, segundo o islamismo. E
entre essas ordens ou orientações está a defesa da violência contra não
muçulmanos de uma forma disseminada que não existe no Novo Testamento. É difícil
sustentar que o conteúdo desses textos alcorânicos precisa ser analisado de
forma relativa ou que precisam ser contextualizados. Eles podem sim justificar
a violência do terrorismo islâmico contra não muçulmanos e contra os próprios
muçulmanos.
Veja abaixo os versículos que justificam essa violência. Eles foram
retirados da aclamada tradução do Alcorão feita diretamente do árabe por
Mansour Challita (Editora Associação Internacional Gibran, sem data). Entre
parênteses aparece o número do capítulo ou sura, seguido do versículo:
1. O ALCORÃO, A
PALAVRA DE DEUS
Revelamos-te
o Livro com a verdade para que julgues entre os homens conforme o que Deus te
mostrou. Mas não sejas para os pérfidos um defensor. (4: 105)
Enviamos-lhes
um Livro sabiamente elucidado: uma orientação e uma misericórdia para os
crentes. (7: 52)
É uma blasfêmia atribuir este Alcorão a outro que não a
Deus. Ele é a confirmação do que o precedeu e a elucidação do Livro
incontestável do Senhor dos mundos. (10: 37)
Procuraria
eu um árbitro fora de Deus quando é Ele que vos revelou o Livro com todos os detalhes?
Aqueles a quem revelamos o Livro sabem que ele emana de teu Senhor, com a
verdade. Não sejas, pois, um dos que duvidam. (5: 114)
Perfeitas
são as palavras de teu Senhor, na justiça e na verdade. Ninguém as pode modificar.
Ele ouve tudo e sabe tudo. (5: 115)
Será
que não meditam sobre o Alcorão? Se não fosse enviado por Deus, encontrariam
nele muitas contradições. (4: 82)
E
obedecei a Deus e obedecei ao Mensageiro e acautela-vos. Se virardes as costas
e vos afastardes, sabei que a Nosso Mensageiro só incumbe transmitir claramente
a mensagem. (5: 92)
2. O CONVÍVIO COM
OS NÃO MUÇULMANOS
Ó
vós que credes, não tomeis por aliados os judeus e os cristãos. Que sejam
aliados uns dos outros. Quem de vós os tomar por aliados é deles. Deus não guia
os iníquos. (5: 51)
Ó
vós que credes, não adoteis por amigos os que, tendo recebido o Livro antes de
vós, tratam vossa religião de divertimento e objeto de escárnio, e não adoteis
por amigos os descrentes. E temei a Deus se sois crentes. (5: 57)
Desejariam
que fôsseis descrentes como eles: então todos seríeis iguais. Não tomeis amigos
dentre eles até que emigrem para Deus. Se virarem as costas e se afastarem,
capturai-os e matai-os onde quer que os acheis. E não tomeis nenhum deles por
confidente ou aliado. (4: 89)
Aqueles
que preferem a amizade dos descrentes à dos crentes, que esperam? A grandeza?
Toda grandeza pertence a Deus. (4: 139)
Ó
vós que credes, não prefirais a amizade dos descrentes à dos crentes. Quereis
dar a Deus uma prova pública contra vós? (4: 144)
Deus
vos recomendou no Livro de não vos sentardes com os que conversam de Suas
revelações, rejeitando-as e desrespeitando-as até que mudem de assunto. Se o
fizerdes, sereis como eles. Deus juntará na Geena [Inferno] os hipócritas e os
descrentes. (4: 140)
3. A GUERRA SANTA E
O TRATAMENTO AOS NÃO MUÇULMANOS
Combate,
pois, pela causa de Deus. És responsável apenas por ti mesmo. E exorta os
crente. Queira Deus conter a força dos
descrentes! Deus é mais forte e o mais rigoroso no castigo. (4:84)
Esses versículos,
em especial, condenam os muçulmanos moderados ou acomodados e justificam a
militância violenta dos jihadistas: Não
há igualdade entre os crentes que permanecem em casa, sem serem inválidos, e os
que combatem e arriscam bens e vida a serviço de Deus. Deus eleva os que lutam
por Ele com seus bens e sua vida um grau acima dos outros. A todos, Deus
promete excelente recompensa, mas conferirá aos combatentes paga superior à dos
que permanecem em casa. (4: 95). Ó vós que credes, que vos sucede quando vos
dizem: "Parti ao combate pela causa de Deus" e vós permaneceis
imóveis como pegados à terra? Preferis a vida terrena ao Além? Os gozos da vida
terrena são insignificantes comparados com os gozos do Além (9: 38). Se não
combaterdes, Deus vos imporá um castigo doloroso e vos substituirá por outros,
e em nada vós O prejudicareis. Deus tem o poder sobre tudo. (9: 39).
Ó
vós que credes, temei a Deus e procurai aproximar-vos d'Ele e lutai pela Sua
causa. E possais vencer. (5: 35)
Ó
vós que credes, quando encontrardes os descrentes prontos para a guerra, não
lhes volteis as costas. (8: 15). Quem lhes voltar as costas - a menos que seja
por estratagema ou para juntar-se a outro grupo - incorrerá na ira de Deus, e
sua morada será a Geena [Inferno] (8: 16). Na realidade, não foste vós que o
matastes: foi Deus quem os matou; e não foste tu que atiraste as flechas quando
atirastes: foi Deus quem aturou. Fê-lo para conferir aos crentes um justo
benefício. Ele ouve tudo e sabe tudo. (8: 17) Este versículo justifica atentados terroristas como tendo sido guiados
pela mão de Deus.
O
castigo dos que fazem a guerra a Deus e a seu Mensageiro e semeiam a corrupção
na terra é serem mortos ou crucificados ou terem as mãos e os pés decepados,
alternadamente, ou serem exilados do país: uma desonra neste mundo e um
suplício no Além (5: 33) Este versículo
justifica as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico sobre os prisioneiros
não muçulmanos.
Dize
aos descrentes que, se se emendarem, o passado ser-lhes-á perdoado. E se
reicindirem, que contemplem o exemplo dos antigos! Deus os observa. (8: 38). E
combatei-os até que não haja mais idolatria e que a religião pertença
exclusivamente a Deus. Se desistirem, Deus observa o que fazem. (8: 39)
4. MATAR MUÇULMANOS
Não
pode um crente matar outro crente, a não ser por engano (4: 92). Quem matar um crente
com premeditação, seu castigo será a Geena [Inferno] onde permanecerá para todo
o sempre, e a cólera de Deus, e a Sua maldição, e um terrível suplício (4: 93).
A morte de muçulmanos por outros
muçulmanos pode ser justificada como acidental ("baixas colaterais",
"fogo amigo"). Mas os jihadistas podem também dizer que os muçulmanos
mortos não eram verdadeiros muçulmanos, que eram apóstatas ou traidores do
islamismo.